workshop

Diversidade
um desafio para as ciências da vida
e da saúde

DIVERSIDADE

PALESTRANTES

Filipe Castro

CIIMAR, FCUP

Filipe Castro é investigador no CIIMAR e docente na FCUP, Universidade do Porto. A sua investigação explora as bases moleculares dos fenótipos animais, em particular num contexto evolutivo. Recorrendo a abordagens comparativas do genoma em múltiplas espécies tem, procurado compreender o modo como a perda e ganho de genes contribui para o aparecimento de inovações.

Anna Olsson

i3S, ICBAS

Anna Olsson é investigadora no i3S e docente no ICBAS, Universidade do Porto. A sua investigação aborda bem-estar animal e ética de uso de animais na investigação e na biotecnologia. Na docência prepara cientistas para realizar experimentação animal de forma a garantir qualidade científica e respeito pelo bem-estar dos animais. O mundo biológico é diverso, e é importante que a diversidade de espécies, genótipos e sexos seja representada também nos estudos experimentais.

Margarida Saraiva é investigadora no i3S, tendo no seu percurso científico integrado equipas da Universidade de Cambridge e do Medical Research Council, no Reino Unido. A sua investigação incorpora a diversidade genética do agente causador da tuberculose (o Mycobacterium tuberculosis) como ferramenta para compreender a resposta imune durante a infeção. A integração da diversidade do patogénio tem permitido descobrir novas formas de modulação do sistema imune, importantes para o desenho de terapias e vacinas para a tuberculose. Tal como a diversidade nos humanos, a diversidade no patogénio tem impacto no curso da infeção e na apresentação da doença.

Baltazar Cá, é investigador júnior, no I3s e no Projeto Saúde de Bandim (Guiné-Bissau). A sua investigação está relacionada com o estudo da diversidade genética do complexo Mycobacterium tuberculosis, com particular enfase no Mycobacterium africanum, e sua relação com a apresentação e a severidade da doença resultante, bem como o impacto desta diversidade na resposta imunológica. Tem interesse na implementação de projetos de investigação científica com potencias para transferência de tecnologias para países de baixa renda e a adequação destes a realidade local. O progresso cientifico deve ser inclusivo, para que todos possam tirar beneficio e contribuir com diferentes soluções aos diversos desafios coletivos da humanidade.

Luísa Pereira é investigadora e líder de grupo no i3S. Conduz investigação em diversidade genética em populações da Europa, África, Península Arábica, América e Ásia, com o objectivo de inferir o passado e a evolução das populações humanas. Um dos principais motores da selecção em humanos têm sido os agentes patogénicos, pelo que Luísa tem vindo a identificar sinais desta diferente susceptibilidade populacional a doenças infecciosas. Tem estado envolvida na divulgação da investigação para o público em geral, sendo co-autora do livro “O património genético português: a história humana preservada nos genes.

Bióloga marinha pela Universidade de Lisboa (FCUL, Portugal), doutorada em Ciências Biológicas pela Universidade de Norwich (Reino Unido), pós-doutoramento pelo ISPA-Lisboa e Universidade de Neuchâtel (Suíça), e outro pós-doutoramento no CIBIO (Universidade do Porto). Atualmente é investigadora sénior pelo CIBIO (Universidade do Porto). Trabalha na área de comportamento social, cooperativo e fisiologia de peixes, aves, por vezes humanos e um ou outro invertebrado. Como neurocientista e feminista, está extremamente ciente das questões da sub-representação das mulheres na Academia e, além disso, como objeto geral de estudo (tendo algumas abordagens científicas tendenciosas e interpretações erróneas). Por exemplo, no caso da investigação em modelos animais, o foco quase exclusivo em machos traduz-se num enviesamento significativo na maioria das disciplinas biológicas, sendo mais pronunciado nas neurociências, farmacologia e fisiologia. Essa disparidade é baseada em argumentos inaceitáveis de que: a) os machos são mais representativos da espécie humana (e logo em todas as outras), b) as fêmeas são intrinsecamente mais variáveis do que os machos devido a hormonas reprodutivas cíclicas, ou c) as fêmeas devem ser protegidas dos supostos efeitos adversos das drogas; sendo que os investigadores começam a reconhecer os problemas inerentes a isso. Nova investigação fundamental e novas perspetivas feministas (igualitárias e representativas) são cada vez mais necessárias.

Vanessa Mata é investigadora no CIBIO, Universidade do Porto. A sua investigação tem-se centrado na utilização de ferramentas moleculares para o estudo de interações tróficas entre pequenos vertebrados, como morcegos e aves, e as suas presas. Nestes estudos procurar encontrar relações entre a variação da dieta dos animais e a sua diversidade ecológica, assim como estes padrões variam ao longo do tempo.

Júlio Borlido-Santos, Coordenador da Unidade de Comunicação do i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (desde 2015). Biólogo e comunicador de ciência, com pós-graduação em ciências da comunicação. Entre 2003 e 2014 dirigiu o Núcleo de Cultura Científica do IBMC.INEB. Foi investigador/técnico de investigação em ciências da vida, e professor/monitor em vários níveis de ensino. Tem participado e fomentado diversas ações de promoção da cultura científica. Salienta-se a organização de cursos avançados para professores de secundário e técnicos de saúde nas áreas das ciências da vida, bem como formação avançada em diferentes vertentes de ciência e sociedade para investigadores/futuros investigadores. Tem participado em projetos de comunicação de ciência financiados nacional e internacionalmente, por exemplo NERRI, PARRISE, e BIOSENSE, Noite Europeia dos Investigadores, e membro do hub nacional do RRITools, entre outros. Atualmente é membro dos projetos europeus MIRACLE e INTEGRITY e coordena o projeto ERSASMUS+ HYBRID Lab Network. Foi fundador da PIC,  fundador e membro da direção da rede Scicom.pt, e faz parte de órgãos consultivos, nomeadamente da Comissão de Ética e Conduta Responsável na Investigação do i3S, da Associação Viver a Ciência, do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas Carolina Michaëlis e do Conselho Coordenador de Comunicação da Universidade do Porto.

Mariana Alves & Rafael Galupa

EMBL/Cartas com Ciência

Rafael Galupa e Mariana Alves são investigadores no Laboratório Europeu de Biologia Molecular (EMBL) em Heidelberg, na Alemanha, e fundadores e diretores da Cartas com Ciência (www.cartascomciencia.org). Habitados pela vontade de contribuir para um mundo mais justo e igualitário, a Mariana e o Rafael viram na ideia de cientistas e alunos trocarem cartas em português uma oportunidade para democratizar a ciência e a educação. A Cartas com Ciência trabalha em 4 continentes, mais de 9 países e comunidades diferentes.

Cristina Roldão é doutorada em sociologia, investigadora no CIES-Iscte e professora adjunta convidada na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal. As desigualdades sociais perante a escola são o seu principal domínio de pesquisa, com particular enfoque nos processos de exclusão e racismo institucional que tocam os afrodescendentes na sociedade portuguesa. Nos últimos anos, coordenadou o projecto “Roteiro para uma Educação Antirracista” (Setúbal, 2019), co-coordenou a 7ª Conferência Afroeuropeans: “In/Visibilidades Negras Contestadas” (Lisboa, 2019) e tem participado ativamente no debate académico e público sobre o racismo em Portugal.

Carla Moleiro é Professora Associada no Departamento de Psicologia Social do Instituto Universitário de Lisboa Iscte-iul. É Doutorada em Psicologia Clínica pela University of California, Santa Barbara. É investigadora do Centro de Investigação e Intervenção Social (CIS-iscte), trabalhando sobre saúde mental e diversidade, em particular pesquisando as especificidades do bem-estar e dos cuidados de saúde a populações de minorias étnicas, migrantes e refugiados, de população LGBTQI+ e de múltiplas interseccionalidades.

Ricardo Rocha é investigador no CIBIO-InBIO. A sua investigação está relacionada com a conservação de vertebrados terrestres, principalmente em ecossistemas tropicais e insulares. A diversidade é essencial à integridade dos sistemas biológicos. É importante que a comunidade científica, em particular a que estuda a diversidade de formas de vida, consiga ter abertura suficiente para reflectir a diversidade humana da sociedade na qual está inserida.

Maria Augusta Arruda

University of Nottingham

Maria Augusta Arruda é Head of Researcher Development na Universidade de Nottingham, e líder da Rede de Igualdade Racial da Universidade de Nottingham (UoN’s Black and Asian Minority Staff Network). Maria obteve seu BSc. e PhD. em Farmacologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), aonde tambem foi Membro Docente e laureada com o prêmio L’Oréal para Jovens Mulheres na Ciência. Antes de ingressar na Universidade de Nottingham, foi Chefe do Setor Acadêmico de Farmanguinhos-Fiocruz, o braço farmacêutico do Ministério da Saúde do Brasil.

Ela tem pesquisado e implementado novos modos de incorprar Igualdade, Diversidade e Inclusão em Ciência, atuando também nos campos de Comunicação e Diplomacia Científica. Maria Augusta tambem é conselheira da Black Women in Science Network, e do Nottingham Counselling Service.

* Foto: Rodrigo Esteves

Joana Gonçalves de Sá é Investigadora Principal no LIP onde coordena o grupo de investigação em “Social Physics and Complexity – SPAC”, e Professora Convidada no Instituto Superior Técnico (IST-UL). Dirigiu o Programa de Doutoramento Ciência para o Desenvolvimento (PGCD), no Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), com o objectivo de melhorar a ciência nos PALOP. Sendo a ciência feita por pessoas, haverá sempre tantas formas de fazer ciência como há cientistas. Assim, quanto mais diversos forem @s cientistas, mais diversa (e rica) será a ciência. 

Alexandra Lopes

FLUP / CETAPS

Alexandra Lopes é docente no Departamento de Sociologia da FLUP e investigadora no CETAPS. Os seus interesses de investigação envolvem o campo amplo dos estudos sobre envelhecimento, com enfoque na discussão sobre os eixos de desigualdade estrutural que marcam a vida na idade mais avançada, nomeadamente desigualdades de género, idadismo e ableísmo. Na sua atividade de investigação e de docência procura fomentar a construção de ambientes inclusivos e atentos à diversidade, não só como estratégia para garantir uma justa oportunidade de participação a todos e a todas, mas como investimento naquela que é a maior riqueza de uma instituição, de um centro de investigação, de uma equipa: as pessoas.